ESOFAGITE E REFLUXO GASTROESOFÁGICO. APRENDA COMO MELHORAR A AZIA E QUEIMAÇÃO.
- Barbara Rescalli
- 7 de nov. de 2017
- 3 min de leitura
O refluxo pode acontecer por uma hiperacidez do estômago, que é mais comum em quem tem sintomas de queimação quando passa muitas horas em jejum.
Mas, o mais comum é ter a mesma sensação, mas por uma baixa produção de ácidos do estômago, mais comum em quem sente incômodos depois de comer ou naquela pessoa que fica horas depois de comer com a sensação que ainda está de estômago cheio.
Pode parece contraintuitivo, já que a sensação de queimação vem da queimação de ácidos produzidos pelo estômago, mas a grande questão é que muitas vezes há uma produção deficiente de ácidos e enzimas no estômago, não sendo capazes de fazer uma boa digestão do bolo alimentar. Este bolo alimentar começa a pressionar uma válvula que temos entre o esôfago e estômago, ocorre uma abertura desta válvula por onde escapa a acidez do estômago fazendo o refluxo (retorno) de parte deste conteúdo do estômago para o esôfago.
A questão é que só aconteceu isso porque o ácido não estava suficiente para a digestão, porém, ao entrar em contato com o tecido do esôfago que não tem a proteção natural que o estômago tem para aguentar essa acidez, temos o dano ao tecido e consequentemente a sensação de queimação e azia.
Então, de uma maneira geral é preciso investigar quais alimentos seu organismo não está conseguindo digerir adequadamente. Tente perceber quais alimentos que desencadeiam os sintomas para evitá-los.
Porém, em alguns casos a digestão está tão prejudicada que parece que nada digere bem. Há pacientes que relatam que até com água tem refluxo. Nestes casos, é preciso uma investigação mais profunda e muitas vezes algumas suplementações até restabelecer o funcionamento adequado da digestão.
O uso de antiácidos é freqüente nestes casos e é muito eficiente no curto prazo, porém, não atinge a causa do problema, inclusive, a longo prazo, pode piorar a situação, visto que o nosso estômago “nasceu” para ser ácido e isso não é a toa. É porque precisamos deste ácido para fazer a digestão dos alimentos.
Se tomarmos muitos antiácidos, não faremos uma boa digestão dos alimentos. Estes alimentos passam mal digeridos ao intestino. No intestino vive em harmonia uma certa quantidade de bactérias (boas e ruins) e fungos. Se chega muita matéria orgânica mal digerida (por diversos fatores, inclusive uso contínuo de antiácidos), estas bactérias e fungos naturais do intestino vão consumir como forma de alimento esta matéria orgânica mal digerida. Isso vai fazer aumentar a população de bactérias e fungos intestinais que podem alterar a microbiota intestinal que é extremamente fundamental para a imunidade do organismo, favorecendo o aparecimento não só de doenças infecciosas oportunistas, mas também levando a uma inflamação de baixo grau sistêmica que está relacionada com diversas doenças crônicas. A relação entre intestino e prevenção de doenças eu posso contar numa outra ocasião.
O que eu quero chamar atenção aqui é que é preciso procurar a causa do refluxo e azia ao invés de apenas remediar.
Algumas dicas podem ajudar a diminuir bem os sintomas, veja algumas abaixo:
- Mastigue muito bem os alimentos.
- Evite tomar líquido durante e logo após as refeições.
- Não recostar ou deitar logo após as refeições.
- Não comer antes de dormir (espaço de 2 horas).
- Comer em posição ereta.
- Manter horários regulares para evitar aumento do volume das refeições.
- Não usar roupas e acessórios apertados.
- Manter cabeceira da cama elevada.
- Obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de refluxo. Se for este o caso entrar em um programa de emagrecimento.
- A gestação também aumenta a pressão intra-abdominal e pode desencadear os sintomas. Neste caso procure seguir atentamente as orientações aqui listadas para minimizar os sintomas.
- Dependendo do grau da disfagia pode ocorrer perda de peso e a necessidade de aumentar o aporte calórico.Se este for o caso, adicionar alimentos para enriquecer o valor calórico das preparações.
- Fracionar a alimentação: alimentar-se de 6 a 8 refeições de pequenos volumes
Alimentos que devem ser evitados:
- Cafeína e teobromina (presente no café, chás escuros como chá mate e chá preto, cacau, chocolates pretos)
- Bebidas alcoólicas
- Evitar alimentos e preparações gordurosas
- A consistência pode variar dependendo do grau de disfagia, sendo normalmente necessária dieta líquida ou semilíquida na fase aguda
- Evitar alimentos que irritam a mucosa inflamada: sucos e frutas ácidas (cítricos, kiwi, abacaxi) e tomate.
- Evitar alimentos que estimulam a secreção ácida (principalmente proteínas animais como carne vermelha, queijos e leites).
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