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Enxaqueca e a Alimentação e Nutrição

  • Barbara Rescalli
  • 1 de set. de 2017
  • 4 min de leitura

Há uma série de relações entre dores de cabe e enxaqueca com a alimentação, nutrição e qualidade de vida. Para evitar o uso constante de analgésicos e seus possíveis efeitos negativos a longo prazo, é fundamental uma investigação de possíveis fatores desencadeantes de crise. Veja abaixo fatores que influenciam positivamente ou negativamente:


- Carnitina

A deficiência de carnitina pode piorar as crises de enxaqueca. Uma depleção de ferro, pode contribuir com uma diminuição da produção de carnitina. Portanto, a suplementação de carnitina ou correção dos níveis de ferro, podem diminuir freqüência e severidade de crises de enxaqueca.


- Glutamato

Glutamato é um neurotransmissor que pode levar à excitabilidade neuronal e também ativa o núcleo caudal trigeminal, que quando ativada, transmite uma resposta de dor pelo tronco encefálico, liberando substâncias que causam vasodilatação e inflamação, o que intensifica ainda mais a dor. Também já foi identificado que pessoas que tem crises de enxaqueca, possuem níveis plasmáticos de glutamato mais elevados.

O Glutamato, porém, o que normalmente causa mais sintoma é o Glutamato monossódico, um aditivo alimentar encontrado em alimentos industrializados, utilizados para dar mais sabor aos alimentos. Leia o rótulo de todos alimentos para não consumir sem saber. Alimentos que costumam ter glutamato monossódico são: temperos industrializados (molho shoyo, tempero de salada, sazon pronto, caldos de carne industrializados), salgadinhos de pacote e alimentos industrializados salgados.


- Estresse Oxidativo

O estresse oxidativo aparece quando temos excesso de fatores agressores (estresse emocional, excesso de toxinas, excesso de exercícios, etc.) e a falta de fatores protetores (antioxidantes e enzimas detoxificantes). Alguns estudos demonstraram que pacientes que tem enxaqueca, apresentam alterações nos níveis de biomarcadores de estresse oxidativo e nistrosativo, além de alterações em enzimas antioxidantes. Portanto, uma alimentação variada, rica em vegetais e com o mínimo possível de industrializados, podem contribuir para a melhora do estresse oxidativo e melhora do quadro de enxaqueca.


- Toxinas

Pesticidas, Agrotóxicos, Mercúrio e Chumbo podem desencadear crises de enxaqueca. Prefira, sempre que possível, alimentos ORGÂNICOS!


- Genética:

Dez genes já foram associados com a enxaqueca. 6 deles estão relacionados com vias glutamatérgicas. Os outros 2 genes estão relacionados com a função vascular. Há também um outro gene que apesar de não ter uma via explicável, está epidemiologicamente bem estabelecida, é o polimorfismo na enzima metileno-tetra-hidrofolato redutase (MTHFR) que é superexpresso em pacientes com enxaqueca aura. Portanto, vale a pena incluir via alimentação e/ou suplementação nutrientes que modulam este gene (vitamina B12, B6, ácido fólico, B2, colina e betaína)


- Metabolismo da glicose:

Tanto a hipoglicemia quanto a resistência à insulina podem aumentar as chances de crises de enxaqueca. Para controlar este problema, evite passar longas horas em jejum, comer doces, cereais refinados. Sempre que for consumir fontes alimentares de carboidratos (cereais, grãos, frutas, etc.) adicione alguma fonte de gordura, proteína ou fibras, pois isso lentifica a digestão e absorção de glicose, evitando o pico e conseqüente queda brusca da glicose.


- Alergia alimentar

Alguns estudos tem relacionado a presença de alergia alimentar tardia mediada por IgG em pessoas com enxaqueca, sendo que a retirada dos alimentos com reação, podem diminuir a freqüência da dor.

Os principais alimentos desencadeadores de enxaqueca são: leite, queijos, chocolates, frutas cítricas e bebida alcoólica


- Aminas bioativas

Alimentos com aminas bioativas (tiramina, feniletilamina, octopamina e histidina), presentes em vinho tinto, vinho branco e cerveja, podem desencadear crises de enxaqueca em pessoas mais sensíveis.

*Outros alimentos fontes de tiramina: alimentos curados, defumados, em conserva e marinados (alguns peixes, aves, carne de boi e de porco), queijos maturados (cheddar, provolone, emmental, roquefort), outros laticínios (creme de leite, iogurtes), levedura de cerveja, vinho, chocolate, alimentos fermentados, feijõa, laguns alimentos à base de soja, algumas frutas e verduras (abacate, banana, framboesa, coco, berinjela).

Obs.: Muitas vezes não é necessário tirar todos estes alimentos. É uma questão individual que deve ser testada.


- Aditivos alimentares:

Alguns aditivos alimentares como adoçantes (aspartame e sucralose), glutamato monossódico e alimentos com nitrato e nitrito (embutidos) também podem desencadear mais crises de enxaqueca.


- Cafeína:

Enxaquecas desencadeadas por cafeína são menos freqüentes, mas também podem acontecer. Um período de restrição de cafeína após longos períodos de consumo, também podem causar dores de cabeça pela falta da substância num período de abstinência.


- Gordura

Dieta com menor quantidade de gordura também também parece reduzir a freqüência e intensidade das enxaquecas


- Suplementos que podem auxiliar no tratamento da enxaqueca:

Magnésio, vitaminas do complexo B (B2,B6,B9,B12), colina, betaína, coenzima Q10, ácido lipóico.


- Desidratação

A enxaqueca pode ser desencadeada quando o corpo está desidratado. Hidrate-se bem. Por volta de 35ml por kg de peso. Por exemplo, alguém com 50kg, deve consumir 1,750L de água ao dia.


- Alterações de sono

Ronco, apneia do sono, insônia e distúrbios do ciclo circadiano podem piorar a enxaqueca. Quem tem enxaqueca crônica tem mais chance de ter alterações hormonais como na prolactina, cortisol e melatonina, piorando a qualidade do sono. Procure dormir sempre no mesmo horário para ir equilibrando o ciclo circadiano. Procure dormir em ambiente escuro e não fazer atividade física logo antes da hora de dormir.


Portanto, é de suma importância uma avaliação e elaboração de algumas estratégias nutricionais e mudanças de hábito de vida para realmente fazer um tratamento global e menos químico ao organismo.




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